
Autotransfusão (ATS) ou autotransfusão autóloga, é o emprego na prática transfusional de sangue ou componentes oriundos do próprio receptor, enquanto a transfusão homóloga emprega sangue ou componentes provindos de doadores voluntários. Ou seja, a autotransfusão sanguínea consiste na coleta de sangue de um paciente e na devolução deste sangue ao mesmo paciente.
O primeiro procedimento documentado de autotransfusão foi em 1818 executado por James Blundell. O interesse na prática médica continuou até a Segunda Guerra Mundial, momento em que o sangue não era mais um problema devido ao aumento do número de doadores. Mais tarde, o interesse no procedimento foi voltado para a redução dos riscos de infecção e células mais funcionais.
A autotransfusão pode ser Pré-Operatória ou Intraoperatória.
Autotransfusão Pré-Operatória é quando o paciente retira (doa) seu próprio sangue dias antes da cirurgia, o qual será armazenado para o ato cirúrgico.
No entanto a autotransfusão pré-operatória tem contra-indicações absolutas segundo o art 143 da Portaria MS n. 1.353 de Junho de 2011, a saber:
I - Insuficiência cardíaca descompensada;
II - Estenose aórtica grave;
III - Angina pectoris instável;
IV - Infarto do miocárdio nos últimos 6 meses;
V - Acidente vascular cerebral isquêmico nos últimos 6 meses;
VI - Alto grau de obstrução da artéria coronária esquerda;
VII - Cardiopatia cianótica; e
VIII - Presença de infecção ativa ou tratamento antimicrobiano.
Caso o paciente não possa fazer a autotransfusão pré-operatório, ainda poderá ser realizada a autotransfusão intraoperatória; ou fazer a combinação de ambas; evitando assim transfusão homóloga.
Na Autotransfusão Intraoperatória o sangue pode ser coletado do paciente imediatamente antes da cirurgia, chamada de hemodiluição normovolêmica ou durante o ato cirúrgico, chamado de recuperação intraoperatória, onde o sangue é recuperado do campo cirúrgico ou de um circuito extracorpóreo; por exemplo nas cirurgias cardíacas com CEC.
A Autotransfusão Intraoperatória ou Recuperação Intraoperatória de sangue é um procedimento automatizado, realizado por um equipamento específico que aspira o sangue “perdido” durante o procedimento cirúrgico de médio ou grande sangramento, filtra, lava e o devolve para o próprio paciente.
A Recuperação Intraoperatória de Sangue deve ser feita por meio de máquinas especialmente destinadas a este fim, como a Electa Concept.